sábado, 1 de abril de 2017

Objetos digitais de aprendizagem



Parece simples e ao mesmo tempo complicado.

Propor para crianças jogos, sempre as atrai. Mas jogar, brincar em sala de aula sempre ocasiona aos pais certa intranquilidade por acharem que brincando não estão aprendendo; deparo-me constantemente com isto. Mas, ao mesmo tempo em que sou questiona da por eles, sou tranquilizada por meus alunos, quando me dizem que adoram vir às aulas.

Para aprender o aluno precisa primeiramente querer aprender, querer participar das atividades propostas pela professora; do contrário estará apenas de corpo presente.
Os objetos digitais auxiliam a criança a observar ao redor de seu mundo com mais atenção, dando mais valor ao que observa e interagindo mais com tudo, entendendo melhor a correlação entre as informações que lhes são expostas.

Com a comparação, classificação, pertinência, inclusão de classes, e seriação a criança começa a entrar e entender o mundo matemático. Prepara-se para a construção do número e sua relação com a quantidade, desenvolve a habilidade de compreender critérios abstratos; pois partiu do concreto, da observação e da construção. Podemos utilizar jogos em sala de aula para isto, como também podemos auxiliar nesta compreensão quando pedimos que organizem a sala, formem grupos, se organizem para sair da sala, formando fila, ou mesmo separando quem vai almoçar na escola e quem não vai.


A matemática está em tudo que vivemos e tocamos, mas é muito mal compreendida por ser mal trabalhada. Seu desenvolvimento requer atenção e dedicação tanto na escola quanto em família.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Matemática, complexa nomenclatura



Ah!! E como é complexa!

Lembro-me de quando era criança e minha professora escrevia: Classifique; Senhor!
Eu tremia.
-E agora?
Que vou fazer?
Eu dizia a professora: -Sora, não sei fazer.
E ela respondia.
- É só Classificar !
Eu esperava os colegas começarem a fazer e imitava. Pronto.
Custei alguns anos da minha vida escolar até encontrar uma professora que se sensibilizasse e me explicasse o que esta palavra, apavorante, sem nenhum sentido pra mim, significava.
Vinda de uma família com hábitos antigos, onde só a mãe tem o dever de ensinar e ajudar os filhos, meu pai nunca se prestou a nos explicar nada de nossas dúvidas, apesar de ser uma pessoa estudada e muito inteligente. Minha mãe nos auxiliava no que podia, mas muito humildemente, pois nunca estudou, tinha um vocabulário bem pobre o que não nos ajudava muito.
Aprendi a matemática na escola mas aprimorei meu raciocínio lógico com meu pai, pois uma coisa ele adorava fazer: brincar de lógica. Nos fazia perguntas de cálculos e questões de lógica e tínhamos de resolver em pensamento e responder e ganhava quem fosse mais rápida, eu ou minha irmã.
Assim aprendi a resolver cálculos de cabeça, e com agilidade. Mas na escola com suas nomenclaturas e fórmulas complicou um pouco.
Hoje com minhas leituras extras, consigo visualizar a necessidade de colocar na vida do aluno tudo em termos práticos e depois passar para a nomenclatura e assim fazer uma relação de conteúdo da vida real para a escolar, para que eles compreendam como é necessário a utilização destes conhecimentos em seu cotidiano e que não é tão assustador quanto parece.
A seriação e classificação é algo que se aprende brincando então pra que complicar. Mesmo na escola é possível criar jogos e atividades bem ilustradas que estimulem visualmente os alunos para que estes aprendam tais conceitos e atividades e correlacionem em seu cotidiano.
A matemática não é tão difícil quanto dizem, mas se faz necessário estimulá-la no decorrer da aprendizagem para que as crianças a incorporem em seus mundos e saibam que as utilizam diariamente; sem medo.
Edward Frenkel, autor muito interessante e exelente matemático nos coloca:

Amor, ódio e liberdade
Para Frenkel, os motivos que levam alguns alunos a ver a matemática como “uma tortura” é seu caráter abstrato, o que a difere das outras disciplinas. Além disso, a matemática que a escola ensina é uma parcela diminuta dessa área do conhecimento, estabelecida há 2.300 anos. Os verdadeiros tesouros da matemática moderna continuam distantes dos alunos.
Nesse sentido, ele afirma que, em um mundo cada vez mais orientado pelos números, o acesso ao conhecimento matemático deve ser um direito de todos, porque a matemática é uma ferramenta para que as pessoas possam questionar decisões arbitrárias tomadas por alguns poucos poderosos: “Onde não existe matemática, não há liberdade”, acredita.
Frenkel insiste em um conhecimento matemático único. Para ele não há distinções entre matemática aplicada e pura. Todo conhecimento aplicado se baseia em pesquisa pura, sofisticada. A ciência não precisa ser dividida e desconexa. A erudição faz parte da boa formação em matemática.”
Estamos falando de Edward Frenkel, matemático e professor da Universidade da Califórnia. Ele é o autor de Amor e matemática: o coração da realidade escondida, um convite para descobrir a beleza por trás dos números. Aos 21 anos de idade, Frenkel foi convidado a seguir seus estudos de doutorado na prestigiosa Universidade de Harvard, Estados Unidos. Em 1997, ingressou na Universidade da Califórnia, onde permanece como professor e pesquisador. (http://pre.univesp.br/edward-frenkel#.WDwwX3grLcc)
Acredito que há salvação para nossos alunos no ensino da matemática, com um pouco de dedicação e sensibilização!



quarta-feira, 9 de novembro de 2016

As pessoas e suas concepções de espaço




Começo me colocando no lugar de muitos “perdidos”, como os que conheço. Compreendo perfeitamente a incapacidade “temporária” de se localizar no tempo e espaço, o que faz parte de nossas vidas inevitavelmente.

Já em casa deveria ser apresentado a criança as noções básicas de tempo e espaço; onde é seu quarto, onde é a cozinha, onde você mora, em qual rua e a qual bairro essa rua pertence; são detalhes pequenos mas que ensina a criança a se localizar no espaço; dizer-lhe quando é seu aniversário e quantos anos tem,quanto tempo demora para o próximo ano, a localiza no tempo. Na escola, deveria ser dada continuidade nestas atividades de relação para que estas crescessem com este conhecimento inserido no seu contexto cotidiano, mas infelizmente, nossa atual realidade nos impossibilita pois nem mesmo os pais se localizam corretamente.

Ouço diariamente relatos de pais dizendo vou à cidade TAL....quando querem dizer que vão ao centro da mesma cidade que estão, mas por estarem na periferia da cidade não reconhecem que estão na mesma, e quando questionados dizem o nome do bairro e sorriem. Falar em bairro é outro tema que os desconcerta, pois, o que é bairro? Para estes o bairro é uma mini cidade muito próxima da que irão.

E assim ocorre com outros vários temas relacionados: como a cidade é dividida? Como é selecionado quais pessoas ficarão em qual posto de saúde ou em qual escola? O que é zoneamento? Por que tem mais comercio aqui do que ali, ou mais ônibus?
Quando na escola questionamos quais os comércios existentes na sua cidade, a criança se perde pois não sabe que espaço contempla a “cidade”.

O ensino cartográfico é visto por muitas professoras como desnecessário, inoportuno, difícil, complicado. Muitas não tem conhecimento necessário para trabalhar tais questões e sentem-se inseguras para tal. O ensino de geografia e história, ao meu ver, sempre foi posto de forma muito chata, desagradável, e hoje estas professoras são de uma geração que possui pouco ou quase nada desses conhecimentos e acrescento a falta de vontade em adquiri-los.

E o que parece estar aqui para nos ajudar muitas vezes se torna o vilão, nos fazendo crer que aprender a se localizar e a cartografia não é mais necessário; pois agora temos as ferramentas de uso comum: maps, google earth, waze, tem GPS que as pessoas possuem nos carros e celulares. Estas ferramentas fizeram com que nos acostumássemos a sempre recorrer a elas e não ser necessário pensar, pessoas que pouco trabalharam este quesito no ensino fundamental, hoje se perdem por pouco; meu caso, posso ir ao mesmo endereço três ou quatro vezes e não sei voltar.


A tecnologia veio para nos auxiliar em muitas coisas, facilita nos localizarmos, saber distancias e reconhecer os espaços mas se não for bem empregada pelos professores acaba por facilitar demais e nos torna ignorantes geográficos. Informações que antes eram banais agora são consideradas super difíceis. O trabalho em sala de aula de reconhecer seu espaço de moradia, seu percurso escolar e arredores de casa faz muita diferença em sua aprendizagem, estimula compreensões que exercerão influencia em diversas áreas de sua vida, exemplo: tirar a carteira de motorista, temos que saber direita, esquerda, norte, sul, leste, oeste, distancias, etc...

Para a criança é fácil brincar de maquete, fazer cidadezinhas, então porque não brincar aprendendo?
As crianças adoram brincar na internet, por que não “jogar” com elas, mostrando localização dos amigos, companheiros, inimigos? Fazendo assim compreenderem que noções de espaço são necessárias em vários momentos e podem aprender brincando.





quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Uma Reta que não é tão reta



Termina, finalmente, mais um semestre. 

Aulas maravilhosas, aprendizagens constantes em diversas áreas da nossa vida, principalmente na parte pessoal.

Mas o desejo de terminar o curso e sentir-se graduada pela UFRGS é realmente, muito grande.

Todos tem seus problemas, suas particularidades, suas angústias, seus medos......
Mas o que fazemos deste nós torna únicos!

Este foi mais um diferencial em nossas vidas, muitas colegas passando por problemas difíceis; uns um pouco mais que outros, mas todos com sua devida importância e relevância em nossa caminhada.
Aprendi muito, conheci coisas que realmente mudaram minha maneira de pensar, criei angústia em saber que muitos deviam saber o que agora eu sei...e como ajudá-los a descobrir?

Estou mudando e quero que muitos mudem como eu...mas reconheço que é difícil.
Não vou desistir!
Vou levar meus conhecimentos comigo e transmiti-los a quem cruzar meu caminho; multiplicar sempre.

Conhecer o que pensa uma pessoa SURDA, pra mim foi surpreendente.
Poder conhecer um pouquinho de seus sentimentos e sua alma. Valeu professora Bianca Ribeiro Pontin!

Conhecer um pouco mais do que mais amo: a MÚSICA!
Muito legal, aprender a utilizar a música muito mais do que só relaxar mas agregar para meus alunos e aproximá-los de mim.


E a LUDICIDADE....
AHHHH.....o BRINCAR....
Quanta ignorância a minha!
Achar que eu sabia muito....o que eu sabia era nada perto do que sei agora. Sei também que falta muito a aprender, mas que estou no cainho certo e estou cada dia mais sabida.
Cada dia estou melhor para meus alunos, filhos e família.

Este ano não tive como conter minhas lágrimas...
Estou agora, novamente chorando...
Sou boba mesmo, não consigo pensar no quanto foi importante tudo que aprendi e estudei em relação a evolução humana e o quanto EU interfiro nesta evolução positiva ou negativamente.
 Mas já sei que tudo é um processo...vou evoluir também.
Vou me desenvolver da melhor maneira que eu conseguir e que Deus me permitir para a cada dia ser melhor para com meu próximo, seja este meus filhos, meu marido, minha mãe, meus irmão, meus alunos meus colegas, etc...

Já estou melhor... 
E vou continuar melhorando para continuar melhorando o mundo que é de todos nós.


terça-feira, 19 de julho de 2016

A mãe





Complexo, incompreendido, forte, sensível, emotivo, lindo, fundamental.

Muito difícil, e ao mesmo tempo emocionante falar de alguém com tanta importância em nossa sociedade, desde os primórdios do mundo. A bíblia, um livro considerado sagrado por muitas pessoas, um dos mais antigos no mundo, cita diversas vezes a importância de Maria, mãe de Jesus. E a história prossegue citando diversas mães que influenciaram a sociedade.

Wu Zetian. A única imperatriz da China. Após a morte do imperador, mais dois imperadores sucederam o trono, porém sem grande destaque, pois Wu já comandava tudo de certa forma. Foi quando ela finalmente resolveu tomar o poder absoluto em 690, tornando-se a primeira e única imperatriz soberana da China. Ela governou até os 80 anos de idade, quando foi forçada a abdicar ao trono em fevereiro de 705, cedendo lugar ao seu filho, o imperador Zhongzong, que restaurou a dinastia Tang.

Catarina de Médici. Mãe de três reis da França.Com apenas 14 anos de idade, a italiana Catarina de Médici se casou com o então príncipe Henrique II da França (também com a mesma idade), porém a vida no reino não era nada fácil. Ela foi a rainha consorte no período de 1547 (quando Henrique ascendeu ao trono) a 1559, mas uma vida conjugal sofrida.Quando o seu marido, Henrique, morreu, um de seus filhos (Francisco II) tornou-se rei com a idade de 15 anos, mas morreu apenas um ano depois. O fato trágico levou o outro filho de 10 anos de idade, Carlos IX, ao trono, promovendo Catarina como regente. Ela governou uma França dividida pela guerra civil e religiosa, fazendo o que podia para manter a sua família unida.


Jacqueline Kennedy Onassis. Foi a esposa do falecido presidente John F. Kennedy, ao longo da sua vida , ela experimentou muitas provações e tribulações em nome de seus filhos. Por sua determinação e força de vontade Jacqueline O. Será lembrada como um ícone para todas as mães. Uma das figuras mais queridas e populares do século XX.


Princesa Diana. Sempre foi muito solidária com as crianças pobres. Ela fez da filantropia uma das maiores missões da sua vida, apoiando assim vários projetos de caridade, principalmente na África. Ela lutou bravamente contra a AIDS e contra as minas terrestres. Foi casada com o Príncipe Charles com quem teve dois filhos.

Julia Ward Howe. Uma das mais marcantes da história é a poeta e ativista, Julia Ward Howe , que plantou as primeiras sementes para tornar o dia das mães um feriado nacional nos Estados Unidos. Ela foi a primeira a propor que a data fosse celebrada. Ela presenciou muitas cenas de violência durante a Guerra Civil. Mãe e esposa dedicada, defendia que as mulheres mereciam um papel na sociedade mais importante do que serem donas de casa.

                     São muitas as mães importantes por todo o mundo, todas são importantes pois sem elas o que seria de nós filhos. Mas citei algumas que julguei interessante ressaltar pelo percurso na história e suas conquistas.
Mas o que é realmente importante citar é que a mãe é um ser complexo que faz parte de nossas vidas querendo ou não. Ela nos afeta estando presente o indo embora, interfere em nossos sentimentos a qualquer tempo e idade, influencia o nosso crescimento e desenvolvimento físico, cognitivo e social.
                                  Em muitas obras é citada como referencial de estudo, fundamental parte do desenvolvimento humano e social. Não podemos esquecer que Freud a colocou no patamar de responsável por muitos de nossos traumas.


Em “ A construção da externalidade do mundo”, por Sônia Maria Parente, Winnicott , relata por diversas formas e vezes a importância do papel da mãe do desenvolver do bebê e da criança para adaptar-se ao mundo que o cerca, desde de seu útero, quando já começa a sentir o carinho e cuidados da mãe sem compreender o que esta lhe representa e após quando preenche seu mundo com cuidados e lhe traz a alegria do amamentar, o aconchego, e introduz este novo serzinho no mundo da segurança e do aprendizado. Da mesma forma estes primeiros momentos são crucias para a integração da criança, pois sem isto crescerá nela a angústia do desamparo que no futuro gerará o que Winnicott chamou de inibição intelectual; além disso todo o período de formação da personalidade e intelecto é moldado pelo convívio e exemplos que receberá.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

O MUNDO DA LEITURA E DA CRIATIVIDADE


                           Como fala  a autora na obra “Ler, brincar, tecer e cantar”,  Yolanda Reyes, tudo está interligado, o lúdico com a leitura e a leitura com o lúdico. Ao ler a criança cria, inventa, imagina, cresce e aprende; ela brinca com o que lê. Ao brincar pode criar sempre, cada dia uma coisa diferente e assim pode escrever para criar também escrevendo.
                          Mas há realmente um problema que se agrava cada dia mais em nossas realidades, a falta de leitura e de quem os incentive a ler, que conquiste as crianças para este mundo de aventura imaginário que é o mundo das histórias. 


                        Atrair as crianças pára o mundo da leitura não é fácil,

principalmente quando isto não vem de casa e do exemplo dos pais, mas não é impossível

O professor tem um papel importantíssimo nesta parte, pois pode ajudar a criança a conhecer este outro lado da vida que pode e deve ser muito divertido, que é o mundo da literatura, dos livros, dos poemas...da criatividade. 

domingo, 10 de julho de 2016

Histórias e falações...

          Nas aulas de literatura infanto juvenil foi possível nos apropriar de diversos tipos de meios literários, como fábulas, lendas e parlendas e trava-línguas.

          As fábulas são instigantes, alegres, encantam as crianças e os adultos.
Conforme o texto “ A fábula na sala de aula” percebe-se que a fábula traz consigo verdades e mentiras, no sentido de falar utilizando fatos irreais, como por exemplo: animais falarem com pessoas; mas apresentar morais verdadeiras. Além do que  aguça mais a vontade de ler do aluno.
           É importante que a apartir daí a criança compreenda que além de ler, deve pensar, questionar, refletir sobre o conteúdo lido e argumentar.
          Por ter diferentes objetivos, a fábula é utilizada por muitos autores e é muito bem aceita por professores e alunos.
          As lendas são história narradas pelo povo, transmitidas principalmente de forma oral, de geração para geração, variam muito conforme sua origem.
          As parlendas são rimas infantis, em versos de cinco ou seis sílabas, para divertir, ajudar a memorizar, ou escolher quem fará tal ou qual brinquedo.( dicionário Aurélio) 
           Trava-língua é uma espécie de jogo verbal que consiste em dizer, com clareza e rapidez, versos ou frases com grande concentração de sílabas difíceis de pronunciar, ou de sílabas formadas com os mesmos sons, mas em ordem diferente. Os trava-línguas são oriundos da cultura popular, são modalidades de parlendas (rimas infantis), podendo aparecer sob a forma de prosa, versos, ou frases. Os trava-línguas recebem essa denominação devido à dificuldade que as pessoas enfrentam ao tentar pronunciá-los sem tropeços, ou, como o próprio nome diz, sem "travar a língua". Além de aperfeiçoarem a pronúncia, servem para divertir e provocar disputa entre amigos.

Exemplos:
Lendas:
►Lenda do Boitatá


O nome boitatá vem da língua indígena e quer dizer cobra de fogo.
Durante o dia o Boitatá é cego, não enxerga nada, sua visão é perfeita à noite.
Diz a lenda que certa noite a lua não apareceu, nem as estrelas no céu, a escuridão era total, um breu. Passado algum tempo, o dia não surgiu, pois, o sol também não apareceu e ficou tudo na escuridão por vários dias.
As pessoas que moravam nos vilarejos estavam passando fome e frio. Não havia como cortar lenha para os braseiros que mantinham as pessoas aquecidas, nem como caçar naquela escuridão. Pra piorar tudo, começou a chover sem parar.
A chuva inundou tudo e muitos animais acabaram morrendo.
Uma cobra boiguaçu que dormia num imenso tronco acordou faminta e começou a comer as únicas coisas que enxergava, os olhos de animais mortos que brilhavam boiando nas águas.
Alguns dizem que eles brilhavam devido a luz do último dia em que os animais viram o sol. De tanto olhos brilhantes que a cobra comeu, ela ficou toda brilhante como fogo e transparente.
A cobra se transformou num monstro incandescente, o Boitatá. Dizem que o Boitatá assusta as pessoas quando essas viajam na mata à noite. Mas muitos acreditam que o Boitatá protege as matas contra incêndios. De qualquer forma se você encontrar um Boitatá use óculos escuros ou feche os olhos e fique bem parado quase sem respirar.



►Lenda do Saci-Pererê

Menino negrinho, levado e arteiro
Só tem uma perna, mas salta de lá pra cá o dia inteiro
A carapuça vermelha o deixa invisível
Adora traquinagens, se acha invencível.
Fuma cachimbo
E tem joelho machucado
Mas não se engane,
Ele não é nenhum coitado.
Ele mora no mato
E dele toma conta
Com os caçadores desavisados
Ele sempre apronta
Ele é bom, mas é bagunceiro
Se diverte com a confusão
Some com objetos
Faz trança nas crinas dos cavalos
E adora bagunçar no fogão
Se o leite queimar, a comida estragar
Pode ser coisa do Saci!
O saci adora assobiar
É o seu jeito de marcar presença
No meio de um rodamoinho de areia
Chega fazendo bagunça.



►Lenda da Mula-Sem-Cabeça



Dizem que é uma mulher que namorou um padre e foi amaldiçoada. Daí por diante, toda madrugada de quinta para sexta-feira ela se transforma em Mula-sem-cabeça.
Ela percorre sete povoados e quem ela encontrar pelo caminho ela ataca, come seus olhos, unhas e dedos.
Quem já a viu costuma dizer que apesar do nome ela tem cabeça sim, mas como lança fogo pelo nariz e pela boca, sua cabeça fica toda coberta por fumaça.
Nas noites em que ela aparece é possível se escutar seus relinchos e seu galope, parece um cavalo enfurecido.
Ao encontrar a mula deve-se deitar no chão, esconder unhas e dentes para não ser atacado.
Se alguém corajoso conseguir arrancar os freios da sua boca a maldição é quebrada para sempre e ela vira mulher novamente.



►Lenda do Negrinho do Pastoreio

É uma lenda popular principalmente no sul do Brasil.
Nos tempos da escravidão no Brasil, havia um fazendeiro malvado que tinha em sua fazenda escravos negros de várias idades, inclusive crianças.
Num dia de inverno rigoroso o fazendeiro mandou que um menino escravo fosse pastorear seus cavalos e potros novos.
Ao entardecer quando o menino voltou com os cavalos o fazendeiro reclamou que faltava um, um cavalo baio.
Como castigo chicoteou o menino até sangrar e mandou o menino procurar o cavalo. Apavorado o menino foi a procura do cavalo baio. Quando finalmente o encontrou não conseguiu prendê-lo.
Ao retornar à fazenda, o menino encontrou o fazendeiro ainda mais irritado.
Este resolveu castigá-lo novamente, chicoteou o garoto e o amarou em cima de um formigueiro. No dia seguinte o fazendeiro retornou ao local e se assustou com o que viu: o menino estava lá, de pé, sem nenhuma marca de chicotada, nem mordida de formigas. Ao lado dele a Virgem Maria e próximo a eles o cavalo baio.
O fazendeiro se ajoelhou pedindo perdão. O Menino nada respondeu, beijou as mãos da Nossa Senhora, montou no cavalo baio e partiu a galope.



►Lenda do Boto


O Boto é uma animal mamífero, parecido com um golfinho, que vive nas águas dos rios.
O Boto-cor-de-rosa rosa que deu origem à lenda do Boto vive nas águas da Bacia Amazônica Brasileira e do bacia do rio Orinoco na Venezuela. Podem chegar a medir quase três metros na idade adulta e apresentam podem apresentar coloração rosa, acinzentada(tucuxi) e preta.
Diz a lenda que ao anoitecer o Boto se transforma em um belo rapaz, alto e forte que sai das águas a procura de diversão,festas e uma namorada. Vai a várias festas, dança muito, costuma beber bastante também. Antes do amanhecer ele tem que voltar para o rio, pois senão transforma-se em boto novamente.
Algumas pessoas relatam que o boto se transforma em um rapaz elegante, bem vestido e que sempre usa chapéu(para esconder um orifício que possui na cabeça).
Nas festas ele geralmente seduz alguma mulher bonita, casada ou não, a convida para dançar e depois saem da festa para namorar.
Antes do amanhecer ele retorna ao rio, deixando a namorada que geralmente não torna a vê-lo. Pouco tempo depois a moça descobre que ficou grávida do tal moço.
Na região Amazônica sempre que uma moça solteira engravida suspeita-se logo que se trata de um filho do boto.
Dizem que o boto adora as índias e gosta muito de mulheres com roupas vermelhas.



►Lenda da Iara ou Mãe d'água

Lenda de origem indígena,muito comum na região Amazônica.
Ela é uma sereia, metade mulher (da cintura pra cima) e metade peixe (da cintura pra baixo).
Possui longos e lindos cabelos, alguns dizem que parece uma índia com cabelos negros, outros dizem que possui cabelos loiros ou até ruivos.
Ela hipnotiza os homens com o seu canto e com o seu olhar. Ao ouvirem seu canto lançam-se nas águas para irem ao seu encontro e na maioria das vezes acabam morrendo afogados.
Ela sai da sua casa no fundo do mar, ou do lago ou do rio, geralmente no final da tarde e surge linda e sedutora a procura de um companheiro.
É difícil um homem resistir ao seu canto hipnotizador ou à sua beleza.Por isso meninos ao se depararem numa situação dessas tapem os ouvidos e procurem não olhar para ela.



►Lenda da Vitória-Régia


Numa bonita noite uma jovem índia se encantou com o brilho da lua que refletia no lago.
De tão fascinada que ficou com aquela luz mágica, atirou-se nas águas e desapareceu para sempre.
A lua se comoveu com a admiração da índia e a transformou numa linda flor, a Vitória-régia, que flutua nas superfícies das águas de alguns rios da Amazônia. Essa é uma flor noturna, abre ao entardecer e se fecha com o raiar do sol.




Lenda do Curupira

É uma lenda de origem indígena. Também chamado de Caiçara, Pai ou Mãe-do-mato, quando se imagina ser uma entidade mulher.
Entre os índios Tupis-Guaranis, existia uma outra variedade de Curupira, chamada Anhanga, um ser maligno que causava doenças ou matava os índios. Há relatos de entidades semelhantes entre quase todos os indígenas das Américas Latina e Central.
Dizem que ele é um menino de cabelos vermelhos e com os pés virados para trás, para despistar quem quiser segui-lo. Algumas pessoas descrevem o Curupira como um indiozinho montado em um porco selvagem, outros dizem que tem o corpo coberto por pelos.
Ele cuida das animais da florestas, protegendo contra a devastação das florestas e a caça de animais. Quando entramos na mata e ouvimos barulhos estranhos pode ser ele. Ele é tão rápido que muitas vezes ao passar pela mata, parece um vento forte. Ao entrar numa mata deve-se levar uma oferenda para o Curupira, assim ao agradá-lo não se perderá na mata.
O Curupira tem o poder de ressuscitar qualquer animal morto sem sua permissão.
Os índios guaranis dizem que ele é o “Demônio da Floresta”. Há relatos dos jesuítas, na época da colonização do Brasil, de que os índios temiam muito o Curupira.

Variação: Caipora

O nome Caipora vem do tupi e quer dizer morador do mato. Pode ser masculino ou feminino.
É uma entidade fantástica pertencente à mitologia tupi, representado de diferentes formas dependendo da região do Brasil.
Em alguns lugares dizem que tem forma de uma mulher unípede (uma perna só) que anda aos saltos, em outros lugares dizem que é uma criança de cabeça grandíssima.
No Sul do Brasil é, em geral, apresentado como um gigante peludo dotado de enorme força física. Nos estados de outras regiões é representado como um pequeno índio, escuro, ágil, nu ou usando tanga, fumando cachimbo, doido por cachaça e por fumo. Aparece, às vezes, cavalgando um porco-do-mato enorme e agitando um galho de japecanga. Outras vezes está sempre seguido por um cachorro. Para alguns, trata-se de uma versão do Curupira, mas sem os pés voltados para trás.
Em todas as versões, porém, o Caipora é um protetor dos animais e da mata. Reina sobre os animais, e fez pactos com os caçadores: permite-lhes caçar, em troca de um pouco de cachaça e de fumo, mas castiga-os quando matam mais animais do que o combinado, ou filhotes e fêmeas com crias, quando caçam nas sextas-feiras ou quando não lhe dão o prometido. Vários poderes lhe são atribuídos: o de assobiar para enganar os caçadores; o de surrar os cachorros mateiros; e o de ressuscitar os animais mortos sem sua permissão, apavorando os caçadores. Quem encontra o Caipora fica sem sorte nos negócios ou em qualquer empreendimento, azarado.


Fonte:www.abckids.com.br




Parlendas:
Um, dois, feijão com arroz,                 
   Três, quatro, feijão no prato,
  Cinco, seis, feijão inglês,
 Sete, oito, comer biscoitos,
Nove, dez, comer pastéis.
                                                                                                               Luar, luar
                                                                                                               Pega esse menino
                                                                                                            E me ajuda a criar
                                                       Uni duni tê
                                                     Salame minguê
                                                   Um sorvete colorê
                                                 O escolhido foi você

  Pra cima ou pra baixo?
      Lá vai a bola
     Girar na roda
    Passar adiante, sem demora,
   pois se ao fim desta canção
  você estiver com a bola na mão
depressa, pule fora.

                                                                                         Ordem,
                                                                                       Em seu lugar
                                                                                    Sem rir,sem falar
                                                                                 Com um pé
                                                                              Com o outro
                                                                           Com uma mão
                                                                        Com a outra
                                                                     Bate palmas
                                                                  Pirueta
                                                               Traz pra frente
                                                             Pancada.
                                                          Lê com lê
                                                       Tré com tré
                                                   Um sapato em cada pé!



Trava-línguas:

1- Trazei três pratos de trigo para três tigres tristes comerem.
2-Num ninho de mafagafos, cinco mafagafinhos há!  Quem os desmafagafizá-los, um bom desmafagafizador  será
3- A Iara agarra e amarra a rara arara de Araraqara.
4- Em rápido rapto, um rápido rato raptou três ratos sem deixar rastros.
5-O que é que Cacá quer? Cacá quer caqui. Qual caqui que Cacá quer? Cacá quer qualquer caqui.