Histórias e falações...
Nas aulas de literatura
infanto juvenil foi possível nos apropriar de diversos tipos de meios
literários, como fábulas, lendas e parlendas e trava-línguas.
As fábulas são instigantes, alegres, encantam as crianças e os adultos.
Conforme o texto “ A fábula na sala de aula”
percebe-se que a fábula traz consigo verdades e mentiras, no sentido de falar
utilizando fatos irreais, como por exemplo: animais falarem com pessoas; mas
apresentar morais verdadeiras. Além do que
aguça mais a vontade de ler do aluno.
É importante que a apartir daí a
criança compreenda que além de ler, deve pensar, questionar, refletir sobre o
conteúdo lido e argumentar.
Por ter diferentes objetivos, a fábula é utilizada por muitos autores e
é muito bem aceita por professores e alunos.
As lendas são história narradas pelo povo, transmitidas
principalmente de forma oral, de geração para geração, variam muito conforme
sua origem.
As parlendas são
rimas infantis, em versos de cinco ou seis sílabas, para divertir, ajudar a
memorizar, ou escolher quem fará tal ou qual brinquedo.( dicionário Aurélio)
Trava-língua é uma
espécie de jogo verbal que consiste em dizer, com clareza e rapidez, versos ou
frases com grande concentração de sílabas difíceis de pronunciar, ou de sílabas
formadas com os mesmos sons, mas em ordem diferente. Os trava-línguas são
oriundos da cultura popular, são modalidades de parlendas (rimas infantis),
podendo aparecer sob a forma de prosa, versos, ou frases. Os trava-línguas
recebem essa denominação devido à dificuldade que as pessoas enfrentam ao
tentar pronunciá-los sem tropeços, ou, como o próprio nome diz, sem
"travar a língua". Além de aperfeiçoarem a pronúncia, servem para
divertir e provocar disputa entre amigos.
Exemplos:
Lendas:
►Lenda do Boitatá
O nome boitatá vem da língua indígena e quer dizer cobra de fogo.
Durante o dia o Boitatá é cego, não enxerga nada, sua visão é perfeita à noite.
Diz a lenda que certa noite a lua não apareceu, nem as estrelas no céu, a
escuridão era total, um breu. Passado algum tempo, o dia não surgiu, pois, o
sol também não apareceu e ficou tudo na escuridão por vários dias.
As pessoas que moravam nos vilarejos estavam passando fome e frio. Não havia
como cortar lenha para os braseiros que mantinham as pessoas aquecidas, nem
como caçar naquela escuridão. Pra piorar tudo, começou a chover sem parar.
A chuva inundou tudo e muitos animais acabaram morrendo.
Uma cobra boiguaçu que dormia num imenso tronco acordou faminta e começou a
comer as únicas coisas que enxergava, os olhos de animais mortos que brilhavam
boiando nas águas.
Alguns dizem que eles brilhavam devido a luz do último dia em que os animais
viram o sol. De tanto olhos brilhantes que a cobra comeu, ela ficou toda
brilhante como fogo e transparente.
A cobra se transformou num monstro incandescente, o Boitatá. Dizem que o
Boitatá assusta as pessoas quando essas viajam na mata à noite. Mas muitos
acreditam que o Boitatá protege as matas contra incêndios. De qualquer forma se
você encontrar um Boitatá use óculos escuros ou feche os olhos e fique bem
parado quase sem respirar.
►Lenda do Saci-Pererê
Menino negrinho, levado e arteiro
Só tem uma perna, mas salta de lá pra cá o dia inteiro
A carapuça vermelha o deixa invisível
Adora traquinagens, se acha invencível.
Fuma cachimbo
E tem joelho machucado
Mas não se engane,
Ele não é nenhum coitado.
Ele mora no mato
E dele toma conta
Com os caçadores desavisados
Ele sempre apronta
Ele é bom, mas é bagunceiro
Se diverte com a confusão
Some com objetos
Faz trança nas crinas dos cavalos
E adora bagunçar no fogão
Se o leite queimar, a comida estragar
Pode ser coisa do Saci!
O saci adora assobiar
É o seu jeito de marcar presença
No meio de um rodamoinho de areia
Chega fazendo bagunça.
►Lenda da Mula-Sem-Cabeça
Dizem que é uma mulher que namorou um padre e foi amaldiçoada. Daí por diante,
toda madrugada de quinta para sexta-feira ela se transforma em Mula-sem-cabeça.
Ela percorre sete povoados e quem ela encontrar pelo caminho ela ataca, come
seus olhos, unhas e dedos.
Quem já a viu costuma dizer que apesar do nome ela tem cabeça sim, mas como
lança fogo pelo nariz e pela boca, sua cabeça fica toda coberta por fumaça.
Nas noites em que ela aparece é possível se escutar seus relinchos e seu
galope, parece um cavalo enfurecido.
Ao encontrar a mula deve-se deitar no chão, esconder unhas e dentes para não
ser atacado.
Se alguém corajoso conseguir arrancar os freios da sua boca a maldição é
quebrada para sempre e ela vira mulher novamente.
►Lenda do Negrinho do Pastoreio
É uma lenda popular principalmente no sul do Brasil.
Nos tempos da escravidão no Brasil, havia um fazendeiro malvado que tinha em
sua fazenda escravos negros de várias idades, inclusive crianças.
Num dia de inverno rigoroso o fazendeiro mandou que um menino escravo fosse
pastorear seus cavalos e potros novos.
Ao entardecer quando o menino voltou com os cavalos o fazendeiro reclamou que
faltava um, um cavalo baio.
Como castigo chicoteou o menino até sangrar e mandou o menino procurar o
cavalo. Apavorado o menino foi a procura do cavalo baio. Quando finalmente o
encontrou não conseguiu prendê-lo.
Ao retornar à fazenda, o menino encontrou o fazendeiro ainda mais irritado.
Este resolveu castigá-lo novamente, chicoteou o garoto e o amarou em cima de um
formigueiro. No dia seguinte o fazendeiro retornou ao local e se assustou com o
que viu: o menino estava lá, de pé, sem nenhuma marca de chicotada, nem mordida
de formigas. Ao lado dele a Virgem Maria e próximo a eles o cavalo baio.
O fazendeiro se ajoelhou pedindo perdão. O Menino nada respondeu, beijou as
mãos da Nossa Senhora, montou no cavalo baio e partiu a galope.
►Lenda do Boto
O Boto é uma animal mamífero, parecido com um golfinho, que vive nas águas dos
rios.
O Boto-cor-de-rosa rosa que deu origem à lenda do Boto vive nas águas da Bacia
Amazônica Brasileira e do bacia do rio Orinoco na Venezuela. Podem chegar a
medir quase três metros na idade adulta e apresentam podem apresentar coloração
rosa, acinzentada(tucuxi) e preta.
Diz a lenda que ao anoitecer o Boto se transforma em um belo rapaz, alto e
forte que sai das águas a procura de diversão,festas e uma namorada. Vai a
várias festas, dança muito, costuma beber bastante também. Antes do amanhecer
ele tem que voltar para o rio, pois senão transforma-se em boto novamente.
Algumas pessoas relatam que o boto se transforma em um rapaz elegante, bem
vestido e que sempre usa chapéu(para esconder um orifício que possui na
cabeça).
Nas festas ele geralmente seduz alguma mulher bonita, casada ou não, a convida
para dançar e depois saem da festa para namorar.
Antes do amanhecer ele retorna ao rio, deixando a namorada que geralmente não
torna a vê-lo. Pouco tempo depois a moça descobre que ficou grávida do tal
moço.
Na região Amazônica sempre que uma moça solteira engravida suspeita-se logo que
se trata de um filho do boto.
Dizem que o boto adora as índias e gosta muito de mulheres com roupas
vermelhas.
►Lenda da Iara ou Mãe d'água
Lenda de origem indígena,muito comum na região Amazônica.
Ela é uma sereia, metade mulher (da cintura pra cima) e metade peixe (da
cintura pra baixo).
Possui longos e lindos cabelos, alguns dizem que parece uma índia com cabelos
negros, outros dizem que possui cabelos loiros ou até ruivos.
Ela hipnotiza os homens com o seu canto e com o seu olhar. Ao ouvirem seu canto
lançam-se nas águas para irem ao seu encontro e na maioria das vezes acabam
morrendo afogados.
Ela sai da sua casa no fundo do mar, ou do lago ou do rio, geralmente no final
da tarde e surge linda e sedutora a procura de um companheiro.
É difícil um homem resistir ao seu canto hipnotizador ou à sua beleza.Por isso
meninos ao se depararem numa situação dessas tapem os ouvidos e procurem não
olhar para ela.
►Lenda da Vitória-Régia
Numa bonita noite uma jovem índia se encantou com o brilho da lua que refletia
no lago.
De tão fascinada que ficou com aquela luz mágica, atirou-se nas águas e
desapareceu para sempre.
A lua se comoveu com a admiração da índia e a transformou numa linda flor, a
Vitória-régia, que flutua nas superfícies das águas de alguns rios da Amazônia.
Essa é uma flor noturna, abre ao entardecer e se fecha com o raiar do sol.
►Lenda do Curupira
É uma lenda de origem indígena. Também chamado de Caiçara, Pai ou Mãe-do-mato,
quando se imagina ser uma entidade mulher.
Entre os índios Tupis-Guaranis, existia uma outra variedade de Curupira,
chamada Anhanga, um ser maligno que causava doenças ou matava os índios. Há
relatos de entidades semelhantes entre quase todos os indígenas das Américas
Latina e Central.
Dizem que ele é um menino de cabelos vermelhos e com os pés virados para trás,
para despistar quem quiser segui-lo. Algumas pessoas descrevem o Curupira como
um indiozinho montado em um porco selvagem, outros dizem que tem o corpo
coberto por pelos.
Ele cuida das animais da florestas, protegendo contra a devastação das
florestas e a caça de animais. Quando entramos na mata e ouvimos barulhos
estranhos pode ser ele. Ele é tão rápido que muitas vezes ao passar pela mata,
parece um vento forte. Ao entrar numa mata deve-se levar uma oferenda para o
Curupira, assim ao agradá-lo não se perderá na mata.
O Curupira tem o poder de ressuscitar qualquer animal morto sem sua permissão.
Os índios guaranis dizem que ele é o “Demônio da Floresta”. Há relatos dos
jesuítas, na época da colonização do Brasil, de que os índios temiam muito o
Curupira.
Variação: Caipora
O nome Caipora vem do tupi e quer dizer morador do mato. Pode ser masculino ou
feminino.
É uma entidade fantástica pertencente à mitologia tupi, representado de
diferentes formas dependendo da região do Brasil.
Em alguns lugares dizem que tem forma de uma mulher unípede (uma perna só) que
anda aos saltos, em outros lugares dizem que é uma criança de cabeça
grandíssima.
No Sul do Brasil é, em geral, apresentado como um gigante peludo dotado de
enorme força física. Nos estados de outras regiões é representado como um
pequeno índio, escuro, ágil, nu ou usando tanga, fumando cachimbo, doido por
cachaça e por fumo. Aparece, às vezes, cavalgando um porco-do-mato enorme e
agitando um galho de japecanga. Outras vezes está sempre seguido por um
cachorro. Para alguns, trata-se de uma versão do Curupira, mas sem os pés
voltados para trás.
Em todas as versões, porém, o Caipora é um protetor dos animais e da mata.
Reina sobre os animais, e fez pactos com os caçadores: permite-lhes caçar, em
troca de um pouco de cachaça e de fumo, mas castiga-os quando matam mais
animais do que o combinado, ou filhotes e fêmeas com crias, quando caçam nas
sextas-feiras ou quando não lhe dão o prometido. Vários poderes lhe são
atribuídos: o de assobiar para enganar os caçadores; o de surrar os cachorros
mateiros; e o de ressuscitar os animais mortos sem sua permissão, apavorando os
caçadores. Quem encontra o Caipora fica sem sorte nos negócios ou em qualquer
empreendimento, azarado.
Fonte:www.abckids.com.br
Parlendas:
Um, dois, feijão com
arroz,
Três, quatro, feijão no
prato,
Cinco, seis, feijão inglês,
Sete, oito, comer biscoitos,
Nove, dez, comer pastéis.
Luar,
luar
Pega
esse menino
E
me ajuda a criar
Uni duni tê
Salame minguê
Um sorvete colorê
O
escolhido foi você
Pra cima ou pra baixo?
Lá vai
a bola
Girar
na roda
Passar
adiante, sem demora,
pois se ao fim
desta canção
você estiver com a bola
na mão
depressa, pule fora.
Ordem,
Em seu lugar
Sem rir,sem falar
Com
um pé
Com o outro
Com uma mão
Com
a outra
Bate
palmas
Pirueta
Traz
pra frente
Pancada.
Lê
com lê
Tré com tré
Um
sapato em cada pé!
Trava-línguas:
1-
Trazei três pratos de
trigo para três tigres tristes comerem.
2-Num ninho de mafagafos,
cinco mafagafinhos há! Quem os
desmafagafizá-los, um bom desmafagafizador será.
3- A Iara agarra e amarra a
rara arara de Araraqara.
4- Em rápido rapto, um
rápido rato raptou três ratos sem deixar rastros.
5-O que é que Cacá quer? Cacá
quer caqui. Qual caqui que Cacá quer? Cacá quer qualquer caqui.