Matemática,
complexa nomenclatura
Ah!!
E como é complexa!
Lembro-me
de quando era criança e minha professora escrevia: Classifique;
Senhor!
Eu
tremia.
-E
agora?
Que
vou fazer?
Eu
dizia a professora: -Sora, não sei fazer.
E
ela respondia.
-
É só Classificar !
Eu esperava os colegas começarem a
fazer e imitava. Pronto.
Custei alguns anos da minha vida
escolar até encontrar uma professora que se sensibilizasse e me
explicasse o que esta palavra, apavorante, sem nenhum sentido pra
mim, significava.
Vinda de uma família com hábitos
antigos, onde só a mãe tem o dever de ensinar e ajudar os filhos,
meu pai nunca se prestou a nos explicar nada de nossas dúvidas,
apesar de ser uma pessoa estudada e muito inteligente. Minha mãe nos
auxiliava no que podia, mas muito humildemente, pois nunca estudou,
tinha um vocabulário bem pobre o que não nos ajudava muito.
Aprendi a matemática na escola mas
aprimorei meu raciocínio lógico com meu pai, pois uma coisa ele
adorava fazer: brincar de lógica. Nos fazia perguntas de cálculos e
questões de lógica e tínhamos de resolver em pensamento e
responder e ganhava quem fosse mais rápida, eu ou minha irmã.
Assim aprendi a resolver cálculos de
cabeça, e com agilidade. Mas na escola com suas nomenclaturas e
fórmulas complicou um pouco.
Hoje com minhas leituras extras,
consigo visualizar a necessidade de colocar na vida do aluno tudo em
termos práticos e depois passar para a nomenclatura e assim fazer
uma relação de conteúdo da vida real para a escolar, para que eles
compreendam como é necessário a utilização destes conhecimentos
em seu cotidiano e que não é tão assustador quanto parece.
A seriação e classificação é algo
que se aprende brincando então pra que complicar. Mesmo na escola é
possível criar jogos e atividades bem ilustradas que estimulem
visualmente os alunos para que estes aprendam tais conceitos e
atividades e correlacionem em seu cotidiano.
A matemática não é tão difícil
quanto dizem, mas se faz necessário estimulá-la no decorrer da
aprendizagem para que as crianças a incorporem em seus mundos e
saibam que as utilizam diariamente; sem medo.
Edward
Frenkel, autor muito interessante e exelente matemático nos coloca:
Amor,
ódio e liberdade
“Para
Frenkel, os motivos que levam alguns alunos a ver a matemática como
“uma tortura” é seu caráter abstrato, o que a difere das outras
disciplinas. Além disso, a matemática que a escola ensina é uma
parcela diminuta dessa área do conhecimento, estabelecida há 2.300
anos. Os verdadeiros tesouros da matemática moderna continuam
distantes dos alunos.
Nesse
sentido, ele afirma que, em um mundo cada vez mais orientado pelos
números, o acesso ao conhecimento matemático deve ser um direito de
todos, porque a matemática é uma ferramenta para que as pessoas
possam questionar decisões arbitrárias tomadas por alguns poucos
poderosos: “Onde não existe matemática, não há liberdade”,
acredita.
Frenkel
insiste em um conhecimento matemático único. Para ele não há
distinções entre matemática aplicada e pura. Todo conhecimento
aplicado se baseia em pesquisa pura, sofisticada. A ciência não
precisa ser dividida e desconexa. A erudição faz parte da boa
formação em matemática.”
Estamos
falando de Edward Frenkel, matemático e professor da Universidade da
Califórnia. Ele é o autor de Amor e matemática: o coração
da realidade escondida, um convite para descobrir a beleza
por trás dos números. Aos 21 anos de idade, Frenkel foi convidado a
seguir seus estudos de doutorado na prestigiosa Universidade de
Harvard, Estados Unidos. Em 1997, ingressou na Universidade da
Califórnia, onde permanece como professor e pesquisador.
(http://pre.univesp.br/edward-frenkel#.WDwwX3grLcc)
Acredito
que há salvação para nossos alunos no ensino da matemática, com
um pouco de dedicação e sensibilização!
Nenhum comentário:
Postar um comentário