segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Matemática, complexa nomenclatura



Ah!! E como é complexa!

Lembro-me de quando era criança e minha professora escrevia: Classifique; Senhor!
Eu tremia.
-E agora?
Que vou fazer?
Eu dizia a professora: -Sora, não sei fazer.
E ela respondia.
- É só Classificar !
Eu esperava os colegas começarem a fazer e imitava. Pronto.
Custei alguns anos da minha vida escolar até encontrar uma professora que se sensibilizasse e me explicasse o que esta palavra, apavorante, sem nenhum sentido pra mim, significava.
Vinda de uma família com hábitos antigos, onde só a mãe tem o dever de ensinar e ajudar os filhos, meu pai nunca se prestou a nos explicar nada de nossas dúvidas, apesar de ser uma pessoa estudada e muito inteligente. Minha mãe nos auxiliava no que podia, mas muito humildemente, pois nunca estudou, tinha um vocabulário bem pobre o que não nos ajudava muito.
Aprendi a matemática na escola mas aprimorei meu raciocínio lógico com meu pai, pois uma coisa ele adorava fazer: brincar de lógica. Nos fazia perguntas de cálculos e questões de lógica e tínhamos de resolver em pensamento e responder e ganhava quem fosse mais rápida, eu ou minha irmã.
Assim aprendi a resolver cálculos de cabeça, e com agilidade. Mas na escola com suas nomenclaturas e fórmulas complicou um pouco.
Hoje com minhas leituras extras, consigo visualizar a necessidade de colocar na vida do aluno tudo em termos práticos e depois passar para a nomenclatura e assim fazer uma relação de conteúdo da vida real para a escolar, para que eles compreendam como é necessário a utilização destes conhecimentos em seu cotidiano e que não é tão assustador quanto parece.
A seriação e classificação é algo que se aprende brincando então pra que complicar. Mesmo na escola é possível criar jogos e atividades bem ilustradas que estimulem visualmente os alunos para que estes aprendam tais conceitos e atividades e correlacionem em seu cotidiano.
A matemática não é tão difícil quanto dizem, mas se faz necessário estimulá-la no decorrer da aprendizagem para que as crianças a incorporem em seus mundos e saibam que as utilizam diariamente; sem medo.
Edward Frenkel, autor muito interessante e exelente matemático nos coloca:

Amor, ódio e liberdade
Para Frenkel, os motivos que levam alguns alunos a ver a matemática como “uma tortura” é seu caráter abstrato, o que a difere das outras disciplinas. Além disso, a matemática que a escola ensina é uma parcela diminuta dessa área do conhecimento, estabelecida há 2.300 anos. Os verdadeiros tesouros da matemática moderna continuam distantes dos alunos.
Nesse sentido, ele afirma que, em um mundo cada vez mais orientado pelos números, o acesso ao conhecimento matemático deve ser um direito de todos, porque a matemática é uma ferramenta para que as pessoas possam questionar decisões arbitrárias tomadas por alguns poucos poderosos: “Onde não existe matemática, não há liberdade”, acredita.
Frenkel insiste em um conhecimento matemático único. Para ele não há distinções entre matemática aplicada e pura. Todo conhecimento aplicado se baseia em pesquisa pura, sofisticada. A ciência não precisa ser dividida e desconexa. A erudição faz parte da boa formação em matemática.”
Estamos falando de Edward Frenkel, matemático e professor da Universidade da Califórnia. Ele é o autor de Amor e matemática: o coração da realidade escondida, um convite para descobrir a beleza por trás dos números. Aos 21 anos de idade, Frenkel foi convidado a seguir seus estudos de doutorado na prestigiosa Universidade de Harvard, Estados Unidos. Em 1997, ingressou na Universidade da Califórnia, onde permanece como professor e pesquisador. (http://pre.univesp.br/edward-frenkel#.WDwwX3grLcc)
Acredito que há salvação para nossos alunos no ensino da matemática, com um pouco de dedicação e sensibilização!



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