Um olhar sobre a educação
Para nos
aproximar do educando desejando que este melhore seu desempenho como aluno e
pessoa; precisamos muito mais do que ler muitos livros e de horas de presenças;
necessitamos de um olhar mais profundo e dedicado sobre estes.
A
criança, assim como qualquer pessoa adulta, esconde em seu íntimo muitos
sentimentos, que lhe causam sensações e geram atitudes que parecem muitas vezes
inexplicáveis. O professor por estar olhando de fora destes acontecimentos, e
mais distante da realidade do aluno, consegue, algumas vezes, ver o que outros
não veem e não compreendem; pois se utiliza da aproximação na escola; em
ambiente diferente do qual a criança vive nas horas restantes do seu dia, para
poder reconhecer os medos e angústias deste aluno e ajudar da maneira que for
possível, fazendo que o próprio aluno reconheça alguns fatos inconscientes e
possa superá-los, avançando assim em seu crescimento intelectual e social.
Para olhar é preciso: competência
visual; competência emocional; competência social; competência espiritual. Será
que estamos preparados para ver? É o que nos diz a professora Ivone Boechat,
mestre em Educação e PHD em Psicopedagogia da Educação.
Como adquirimos estas competências? Através
de muito estudo, leitura e vivência, mas acima de tudo, querendo ter um olhar
diferente do casual, do comum; colocando junto a tudo isso o nosso próprio sentimento.
“A educação do olhar é um chamamento a todos
nós educadores que carecemos privilegiar na escola, experiências humanizadoras
e para isso a educação do olhar é a chave para se entender da vida, da prática,
da civilidade, honestidade, companheirismo, participação, cooperação,
generosidade, respeito às diferenças, justiça etc. A educação do olhar para a
formação humana mostra-se oportuna diante do agravamento da crise de valores
que atinge o âmago da sociedade brasileira, requerendo de nós, professores,
novos olhares a fim de reagirmos sobre a dura realidade na qual existimos e
estamos vivendo.” Cidadania: a educação do olhar; CARNEIRO; Maria Cristina C. de A./
Mestre em Educação (CESJF)
“Há escolas que são gaiolas e há escolas que são
asas.
Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.
Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.”
Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.
Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.”
Rubem Alves
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